Qual é o problema?
Impressionante como as árvores, tão conhecidas do homem, ainda raramente são entendidas como possibilidade de construção. Não exatamente pelo material de construção em si, mas pela maneira como a madeira cresce nas árvores, coisa que o homem conhece relativamente bem, tanto que sempre se utilizou das árvores como abrigo. Apenas nos últimos 20 anos alguns arquitetos suíços e alemães passaram a se dedicar ao aproveitamento desta maneira de crescer para construir. Especialmente nos últimos 3 ou 4 anos, um grupo de estudos denominado "Sanfte Strukturen" (estruturas gentís) no escritório alemão do arquiteto suíço Marcel Kalberer, vem trabalhando com árvores choronas (longos galhos caídos). Como construções assim demoram, a maioria das suas obras ainda não está pronta, mas o grupo já vem impressionando o mundo da arquitetura com suas estruturas relativamente grandes (catedrais com vãos de 50m por 15m de altura etc).
O grupo vem expandindo suas experiências, passando a empregar juncos, coqueiros, palmeiras, adobe, pau-a-pique, revestimento em argila etc.
A expansão da idéia não ficou nos tipos de materiais possíveis, mas também em novos tipos de usos para este tipo de construção: tendas, toldos, coberturas de bares, passagens, torres, galpões para festas, passarelas etc.
Em 2004 o grupo passou a estudar as malocas dos índios brasileiros, as tendas dos mongóis e dos tuaregs, os domos e as arquiteturas tênseis.
Móveis, esculturas, telas e outros empregos mais conhecidos das estruturas das árvores só começaram a ser experimentados também no ano de 2004.
Aos poucos outros grupos de estudo, alguns até mais antigos, vêm se juntando ao Sanfte Strukturen, e expandindo a idéia de construir com árvores vivas.